Cálculo Renal (litíase renal)

Os cálculos renais ou pedras surgem após aglutinação de substâncias (cristais) no trato urinário.

É um problema muito comum que atinge crianças, adultos e idosos. A chance de uma pessoa ter um cálculo renal é de 12% na vida, ou seja, 1 em cada 8 pessoas vai ter um cálculo renal em algum momento da vida. Os homens têm um pouco mais de chances do que as mulheres.

Podemos classificar os cálculos dependendo da sua localização em – renal (dentro do rim, nos cálices), ureteral (tubo que leva urina do rim a bexiga) ou vesical (dentro da bexiga).

Outra possibilidade é classificar as pedras conforme sua composição, são elas: oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico, estruvita entre outras.

Um tipo específico de cálculo que merece nossa atenção é o coraliforme – ele é assim chamado quando acomete mais de dois cálices, formando grandes massas renais

Causas e fatores de risco

Os cálculos renais são formados dentro dos rins e dependem de uma concentração alta de cristais na urina. Assim, as principais causas de sua formação são a pouca ingestão de água, deixando a urina muito concentrada.

A ingestão de comidas com muito sal e proteínas também é um fator importante. Além disso, os cálculos de estruvita são causados por bactérias decorrentes de episódios recorrentes de infecção urinária.

Sintomas

Os sintomas independem do tamanho do cálculo. Cálculos maiores podem ser assintomáticos, enquanto pequenos cálculos podem produzir dor intensa.

Temos dois tipos de quadro – o do paciente com uma pedra no rim que não está se movimentando e o quadro de cólica renal, que acontece quando a pedra começa a sair do rim e entope o ureter.

Para a primeira possibilidade pode ocorrer dor na região lombar crônica, de um lado só das costas, em peso, com piora com exercícios e líquidos, associado com infecções de urina de repetição e sangramento na urina.

Já o quadro de cólica de rim é um quadro agudo, que acontece de repente, com uma dor muito forte na região lombar – vai para a região da bexiga. Junto com a dor podem vir náuseas, vômitos e febre. É uma dor muito intensa, que geralmente só melhora com medicação na veia.

Diagnóstico

Geralmente a história e o exame físico sugerem o diagnóstico, que deve ser complementado com um exame de imagem. O exame padrão ouro é a tomografia computadorizada sem contraste. Em situações especiais, como crianças e gestantes pode-se utilizar o ultrassom.

Tratamento

O tratamento agudo da cólica geralmente é feito em ambiente hospitalar com medicações na veia.

Para definir o tratamento cirúrgico levamos em conta diversos fatores – sintomas do paciente, localização do cálculo, tamanho, dureza da pedra.

Hoje em dia dispomos de cirurgias minimamente invasivas, com recuperação mais rápida, procedimentos mais seguros e rápidos.

Prevenção

50% dos pacientes que tiveram um cálculo renal vão ter outro em 5 anos se não fizerem um tratamento preventivo. Medidas que servem para a maioria dos pacientes com cálculos são aumentar a ingesta hídrica, com o objetivo de o paciente urinar mais de 2 litros por dia. Para isso, pode-se verificar a cor da urina que deve permanecer transparente.

Evite sal na comida e controle a ingestão de proteínas também. Pacientes que têm muitas infecções de urina devem ser tratados.

Para aqueles pacientes que são formadores recorrentes de cálculos, que possuem pedras bilaterais, com rim único e crianças, é fundamental investigar a possibilidade de algum distúrbio sanguíneo ou da composição urinária que favoreça a presença de cálculos.