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Câncer de Bexiga

Câncer de Bexiga

Recentemente convivemos com um aumento na incidência dos tumores de bexiga. Essa doença é a segunda mais comum dentre os tumores urogenitais, perdendo apenas para o câncer de próstata. Felizmente, avançamos também nos métodos diagnósticos e de tratamento, aumentando a sobrevida.

A bexiga é um órgão que tem como função armazenar a urina produzida pelos rins, até que seja eliminada por contração da sua musculatura.

Internamente, a bexiga se assemelha ao interior da cavidade bucal, sendo revestida por uma fina película, ou mucosa, denominada urotélio. Este mesmo urotélio reveste também o interior dos ureteres, da pelves e dos cálices renais, que transportam a urina produzida nos rins até a bexiga. Sob a mucosa vesical está uma camada ainda mais fina, denominada lâmina própria, e, abaixo desta, a musculatura vesical. Externamente, a musculatura vesical está envolvida por tecido gorduroso.

Causas

Ainda não é completamente conhecida as alterações que levam ao desenvolvimento do tumor de bexiga.

Sabemos que algumas substâncias associas ao cigarro, tintas e corantes estão relacionadas a formação desse tipo de câncer.

Cerca de 50% dos tumores estão associados a longa exposição ao cigarro.

A grande maioria dos tumores malignos se originam do urotélio (tecido que recobre a bexiga). Felizmente mais de 80% deles estão confinados aos tecidos mais externos (mucosa e submucosa), considerados tumores superficiais, com melhor prognóstico.

Sintomas

A presença de sangue vivo na urina (hematúria), associado ou não à coágulos, é o principal achado. Outras doenças podem causar sangramento, sendo necessário investigação mais detalhada.

Sintomas menos específicos, mas que precisam levantar a suspeita são: infecção repetição, aumento da frequência miccional, ardência para urinar.

Sempre a história de tabagismo deve ser investigada.

Diagnóstico

Suspeita levantada após história clínica e exame físico, será necessária complementação com os exames complementares.

Atualmente os principais exames de imagem que fazem o diagnóstico são: ultrassom, tomografia computadorizada e a ressonância magnética.



A análise da urina poderá incluir também a análise das células do urotélio que se soltam e são carregadas pela passagem da urina (citologia urinária), assim como de algumas substâncias nela dissolvidas e que possam estar relacionadas aos tumores uroteliais.

O exame que faz o diagnóstico é a endoscopia – chamada nesse caso de CISTOSCOPIA. Ela permite a visualização do interior da bexiga.

Caso exista a presença de tumor, será necessário a “raspagem” da lesão (RTU – ressecção transuretral) para avaliação microscópica do patologista. Com essas informações, o urologista poderá definir prognóstico e as próximas etapas do tratamento do câncer de bexiga.

O patologista tem um papel fundamental nesse tipo de tumor. Ele que vai determinar a profundidade do tumor, se ele tem características agressivas ou não, determinando o risco da doença se espalhar ou não (metástase).

Caso haja risco de metástase, essas devem ser investigadas com exames de imagem, geralmente a tomografia computadorizada. Os principais sítios de metástase são linfonodos abdominais, pulmão, fígado.

Tratamento

Os tumores considerados superficiais, cuja característica é não invadir a camada muscular, são tratados através das ressecções endoscópicas (RTUb).


Uma característica desse tipo de tumor é a recorrência ao longo dos anos.

Pensando nessa situação, após a remoção do tumor, o médico poderá optar pela realização da instilação intravesical de um imuno ou quimioterápico. No Brasil, a substância mais utilizada é o BCG (vacina da tuberculose).

Esse procedimento é simples, realizado ambulatorialmente, onde é introduzido uma sonda dentro da bexiga, esvaziado a mesma e instilado a substância, que deve permanecer por pelo menos 1 hora.

A principal indicação para retirar toda a bexiga é quando o tumor ultrapassa as camadas superficiais e acomete o músculo da bexiga. Nesses casos, o risco de metástase é grande, e se faz necessária uma cirurgia mais radical.

Existem outras indicações para esse tipo de cirurgia, dentre elas: tumores recorrentes que não respondem a terapia intravesical.

Pode ser necessária a realização de quimioterapia sistêmica em situações especiais.

Excepcionalmente trata-se esses tumores com o que chamamos de terapia trimodal – ressecção máxima do tumor através da raspagem + quimioterapia + radioterapia.

Uma vez após a retirada da bexiga, torna-se necessário criar uma derivação urinária

Existem basicamente duas alternativas – recriar uma nova bexiga (neobexiga) com segmentos intestinais ou criar uma bolsa incontinente (uso de bolsas coletoras) – denominada Bricker.


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Dr. Matheus Siqueira
Urologista adulto e pediátrico
Especialista em Cirurgia Minimamente Invasiva

O Dr. Matheus é formado em Urologia pela Faculdade de Medicina da USP. Ainda se especializou em transplante renal na mesma instituição.
Durante sua residência realizou estágio em cirurgia robótica e minimamente invasiva na USC (University of Southern California - EUA).

Após terminar sua formação, optou por retornar para a região onde cresceu!

Agora no Vale do Paraíba, traz na bagagem uma medicina de excelência, centrada na prevenção e bem estar. Em suas condutas, segue a individualidade de cada paciente, explicando as diversas possibilidades terapêuticas e respeitando o desejo de cada um, assim como dos familiares.

Sua dedicação e atualização são guias para desenvolver a melhor medicina para seus pacientes.

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Matheus de Almeida Carvalho Siqueira - Doctoralia.com.br